30 de nov. de 2007

"SE GANHAR AS ELEIÇÕES OBVIAMENTE DEMITO-ME"

A frase pertence a Manuel João Vieira, na altura da candidatura (frustrada) à Presidência da República. Aplica-se na perfeição ao que se passa na Câmara de Lisboa, com António Costa a fazer a ameaça que se demite caso o empréstimo de 100 milhões de contos não seja aprovado em assembleia municipal.
Curiosamente, Manuel João Vieira foi um dos apoiantes da candidatura do n.º 2 do PS à câmara, tendo verbalizado o apoio nos seguintes termos:



Várias questões se colocam a propósito desta situação:
1. Terá António Costa deixado para trás o populismo socrático e aderido à corrente politicó-javardola de Vieira?
2. António Costa, durante a campanha eleitoral para a Câmara fartou-se de clamar que a situação económica de edilidade lisboeta era difícil, a raiar a falência técnica. Ontem na conferência de imprensa já disse que não tinha ideia da verdadeira situação das finanças da câmara. Quererá isto dizer que também mentiu aos eleitores, como o seu socrático lider?
3. De uma coisa António Costa não poderá queixar-se. O mano mais novo, director da SIC Notícias, não deixou os créditos por mãos alheias e não houve ontem noticiário da SIC que não abrisse com as ameaças de demissão do mano mais velho. Estará o mano mais
novo a preparar o salto para uma secretaria de estado à medida ou o cargo que ocupa actualmente tem servido na perfeição o partido da rosa?
4. Do outro lado da barricada está Luís Filipe Meneses, que com este início está a conseguir "enterrar" ainda mais a imagem dos laranjas. É que se tinham aprovado o plano de saneamento económico, posição sustentada ontem por Fernando Negrão, como se justifica agora a ameaça da não aprovação do pedido de empréstimo?
5. Ou será tudo isto mais um filme de Edson Athayde (publicitário por trás das campanhas rosas desde a era Guterres), com o objectivo de tentar mais umas eleições antecipadas e uma maioria absoluta em Lisboa, para poder governar sem aturar os chatos da oposição?

Andam a brincar com o fogo...

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